Conheça as plantas domésticas que podem intoxicar cães e gatos

Veterinária alerta: plantas comuns como lírio, antúrio e comigo-ninguém-pode podem intoxicar cães e gatos e causar sintomas graves, exigindo atendimento imediato

A médica veterinária Daniela Massoli faz um alerta sobre esse perigo negligenciado. “Existem plantas que parecem inofensivas para nós, mas que podem colocar a vida dos pets em risco. Muitas delas possuem substâncias irritantes, neurotóxicas ou até letais para cães e gatos”, explica. Segundo ela, o equívoco mais comum é associar qualquer planta ao conceito de natural e saudável.

“É comum que os tutores associem plantas a algo saudável, subestimando os riscos. Mas um simples contato, como mastigar uma folha, pode causar desde irritações leves até intoxicações graves”, reforça Massoli.

Plantas tóxicas mais comuns

Muitas das espécies presentes em salas, varandas e jardins brasileiros são, na verdade, altamente tóxicas para os pets. A veterinária destaca que entre as mais perigosas, estão:

  • Comigo-ninguém-pode
  • Copo-de-leite
  • Espada-de-São-Jorge
  • Antúrio
  • Lírio
  • Azaleia
  • Mamona
  • Hortênsia

De acordo com a veterinária, algumas delas são, inclusive, vistas como símbolos de proteção e decoração, o que contribui para a falsa sensação de segurança. “Plantas como o lírio e o antúrio são muito comuns em arranjos ornamentais, mas podem causar reações severas, como vômitos intensos, dificuldade respiratória e até falência renal”, afirma.

Sintomas de intoxicação em cães e gatos

Os sinais clínicos variam conforme a planta e a quantidade ingerida, mas alguns sintomas são recorrentes e devem servir como alerta imediato ao tutor:

  • Salivação excessiva
  • Vômitos e diarreia
  • Falta de apetite ou apatia
  • Tremores e convulsões
  • Dificuldade respiratória
  • Irritação na boca, língua ou garganta

“Os sintomas podem surgir minutos após o contato ou demorar horas, até dias, dependendo da substância tóxica e do metabolismo do animal”, explica Massoli.

Esse intervalo de manifestação pode dificultar a associação direta entre o mal-estar do animal e o contato com a planta, atrasando a busca por socorro.

Risco de morte em casos não atendidos

A intoxicação pode evoluir rapidamente para quadros graves, especialmente quando não há atendimento veterinário imediato. Lesões renais, hepáticas e neurológicas estão entre as consequências mais preocupantes.

“A gravidade depende da planta, da dose e da sensibilidade do animal. Casos graves podem evoluir para falência de órgãos ou morte”, alerta a veterinária. Ela lembra ainda que a espécie animal interfere diretamente na reação ao tóxico: “Gatos são mais sensíveis aos compostos presentes em lírios e azaleias. Já cães costumam ser mais afetados por plantas como comigo-ninguém-pode e mamona”, afirma.

O que fazer em caso de suspeita de ingestão

A atuação do tutor nos primeiros minutos é crucial para aumentar as chances de recuperação do animal. A orientação da veterinária é clara:

O que fazer imediatamente:

  • Afastar o animal da planta
  • Impedir novo contato
  • Lavar boca e patas com água corrente (se houve contato direto)
  • Levar o pet ao veterinário com urgência

O que nunca fazer:

  • Induzir vômito sem orientação
  • Administrar leite, óleo ou remédios caseiros
  • Esperar os sintomas piorarem

“Nunca devemos tentar soluções caseiras. Oferecer leite ou induzir vômito pode piorar a intoxicação. O ideal é buscar atendimento imediato”, orienta Massoli.

Diagnóstico e tratamento na clínica veterinária

Dentro da clínica, o diagnóstico é feito com base no histórico relatado pelo tutor, nos sintomas apresentados e, quando necessário, em exames complementares, como laboratoriais e de imagem. Sempre que possível, os tutores devem levar uma amostra ou fotografia da planta para auxiliar na identificação.

“O sucesso do tratamento depende principalmente da rapidez com que o pet é levado ao veterinário”, afirma.

Para Daniela Massoli, a melhor forma de evitar acidentes é a conscientização dos tutores: substituir ou manter plantas tóxicas fora do alcance dos animais e optar por espécies seguras.

Fonte: CNN Brasil